Memórias de Alfabetização


MEU PERCURSO HISTÓRICO DURANTE O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO: VIVÊNCIAS COM A LEITURA E ESCRITA 

Nasci em 11/11/1994 na cidade de Guarulhos em São Paulo, sou filha única morei desde o meu nascimento ate completar seis anos de idade, tenho muita dificuldade para lembrar a minha infância e do processo de alfabetização, acredito que seja a forma da minha mente me proteger das lembranças que poderiam me trazer sofrimento e angustia.

 Pela primeira em minha vida escrevo um memorial, tornado para mim um grande desafio, meu nome é Juliane Vieira dos Santos tenho vinte quatro anos, e vou contar um pouco da minha historia no período de alfabetização.

 Antes de iniciar irei relatar um pouco sobre o inicio da minha vida educacional, com quatro anos de idade entrei no ambiente escolar (particular) pela primeira vez minha mãe contou para mim que o espaço da sala era pequeno, tinha cadeiras adaptadas, um quadro grande, estantes com histórias diversas e, principalmente em quadrinhos e um armário par colocar as mochilinhas e merendeiras dos alunos. Tinha momentos de brincadeiras, desenhos e o meu preferido do lanchinho.

 Quando completei cinco anos de idade mudei de escola nessa época, era conhecida como creche (pública), onde inicie o conhecimento dos números, formas e letras da unidade menor para a maior, vogais e consoantes separadamente, e o som de cada uma, sendo assim o método é de origem sintética, aprendi a escrever com na forma bastão (letra maiúscula).

“Assim, os métodos da soletração, o fônico e o silábico são de origem sintética, pois partem da unidade menor rumo á maior, isto é, apresentam a letra, depois unido letras se obtém a sílaba, unindo sílabas compõem-se palavra, unindo palavras formam-se sentenças e juntando sentenças formam-se textos. Há um percurso que caminha da menor unidade (letra) para o maior (texto)” (MENDONÇA, 2011, P.28).

 Para a minha família foi o melhor momento, a felicidade do meu pai e da minha mãe era nítido eu não parava de falar sobre, como era bom aprender e reconhecer, Lembro que eu amava assistir o rei leão, a música era boa demais, eu pegava o caderno e pedia para o meu pai parar o filme no vídeo cassete podendo assim copiar as palavras mesmo não sabendo qual era, e perguntava a minha mãe se estava certo ou não.

 Aos seis anos minha mãe teve a segunda crise de depressão, meu fala pai não estava suportando mais tudo que estava acontecendo e decidiu vim para a Jequié – Bahia, para mim foi uma mudança difícil, tudo que eu vivi de concepção e significado de família foi lá. Quando chegamos aqui ainda iria iniciar o ano letivo, minha família matriculou em uma escola particular na sala do maternal, nesse momento que tudo se complicar, a letra aqui era cursiva eu nunca tinha visto na escola, ninguém nunca ensinou e tudo para mim era novo e ao mesmo tempo estranho, no meio do ano me mudaram de sala indo para o infantil as atividades propostas eram pontilhadas, desenhos e escrever as letras varias vezes o ensino por repetição e memorização.

 Não lembro o momento que comecei a ler, minha mãe me contar que eu amava histórias em quadrinhos, olhar as imagens, pedia para ler e queria entender tudo que tinha em cada uma desde pequena ate o dia de hoje, acredito que esse foi um dos elos que incentivou a ler. O ano letivo escolar terminou e junto com ele a noticia meu pai e minha mãe tomaram a decisão que iriam pular a alfabetização para a primeira serie, na verdade eles foram obrigados pelo sistema educacional por ter completado os meus sete anos de idade.

 Nesse momento da minha vida que tudo piorou virou de cabeça para baixo hoje em dia tenho sequelas e cicatrizes da falta da alfabetização na minha vida escolar e acadêmica, dificuldades para elaborar um bom texto, síntese, resenha, resumo para ler sei que não devo colocar toda a culpa na falta de não ter feito a alfabetização, mas posso dizer que tem uma parcela.

 A minha primeira serie foi bem turbulenta tudo influenciou para total falta de aprendizado, a separação entre meu pai e minha mãe, ele nos trocou por outra família no momento que mais estávamos precisando dele nas nossas vidas, minha mãe estava na terceira crise de depressão e com um grau de desenvolvimento para bipolaridade, passamos por muitas coisas complicadas. Influenciou em tudo não gosto de lembrar.

 A falta da alfabetização junto com o que eu passava em casa só contribuiu para coisas ruins, tudo que um dia eu tinha aprendido foi praticamente apagado, a falta do meu pai era tanta, o alimento que não tinha me deixa com sono na aula as letras, a escrita não fazia mais sentido. Eu chorava constantemente era a menor da sala acho que por esse motivo os meus colegas me batiam tanto em mim, não era uma criança levada, muito quieta por sinal. Um dia com ajuda primeiramente de Deus e das pessoas que nus amava minha mãe se recuperou e deu a volta por cima, voltou a ser a mulher guerreira e corajosa e amorosa de sempre, começou a trabalhar para da do bom e do melhor, incentivando-me a estudar, ajudando com as atividades e apoio.

Comentários

  1. Linda sua história! Quando você coloca que sente hj as sequelas da alfabetização na sua vida, falando sobre a questão da produção de textos, traga reflexões teóricas de como seria uma melhor alfabetização.

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  2. Que narrativa emocionante, Juliane Vieira. Consegui sentir a aflição em cada palavra da sua história. Você é um exemplo de superação e determinação. Muito obrigada por compartilhar um momento tão particular da sua vida com os leitores do seu blog. Adorei a escrita e a maneira que você descreveu cada fase da sua vida na aquisição da leitura e da escrita. Você é incrível e será uma excelente profissional!

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